segunda-feira, novembro 19, 2007

O avião do amor


Exactamente quantas pessoas pensam os nossos jornalistas que se vão enfiar num avião, em busca de uma cara-metade para a vida? Pelos vistos, no mínimo uns bons milhares. Só isso justifica que, tenha eu aberto qualquer que fosse o jornal ou revista nos últimos dias, deparasse inevitavelmente com duas páginas sobre essa verdadeira manifestação de crise relacional pós-pós-moderna que é o skydating. Para quem não vai lá pelo nome da coisa, é uma viagem de avião durante a qual os passageiros vão mudando de lugar a cada cinco minutos enquanto decidem se o/a parceiro/a do lado cumpre os critérios elegíveis para a) Casamento, b) Andar com, c) Dar pelo menos uma queca em pleno voo quando a organização não estiver a olhar (dizem que há um clube só de malta que já passou pela experiência).
Com excepção da alínea c), cinco minutos parece-me manifestamente pouco para a tomada de decisão. Isto dito por alguém que admite desde já ter feito escolhas de vida decisivas em menos tempo, embora nem sempre em lugares bem iluminados. A meu favor, saibam pelo menos que quando viajo sozinho de avião não perco tempo em conversas com ninguém, excepto com a hospedeira. Tenho idiossincrasias cá muito minhas.

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