Linhas de fogo
Estas acrobacias contabilísticas da porta-voz da PSP não convencem, infelizmente, quem quer que seja. O crime não diminuiu. As estatísticas baixam porque as pessoas se queixam menos e queixam-se menos à medida em que as ocorrências vão ficando cada vez mais corriqueiras e a situação de perigo constante inalterável. E não é só na Linha de Sintra. Recentemente, num jantar em Cascais, uma amiga descreveu-me a invasão de um bando armado ao Centro de Saúde às cinco da tarde, como o mesmo restaurante no centro de Manique já tinha sido assaltado quatro vezes em plena hora de jantar e a «zona de guerra» em que está transformado o andar da restauração no Cascais Villa, durante o período nocturno.
Não sei qual é a solução. E não sei se alguém saberá. Mais meios? Mais policiamento? Eis uma opção que me custa defender. Com o tempo, porém, é-me cada vez mais difícil manter a convicção expressa por Gandhi de que «Olho por olho torna o mundo inteiro cego». O mesmo Gandhi que afirmou acreditar na igualdade para todos, «excepto repórteres e fotógrafos» :)