Aconteceu mesmo assim
- Então o que desejam?
- Para começar, uns queijinhos frescos.
- Ah, isso não temos.
- Mas está aqui, na lista das entradas.
- Acabou...
- Acabou, com tantas vacas?
- Pois. Então o que vai ser?
- Esqueça as entradas. Queremos dois chernes e dois bifes do lombo.
- Lamento, mas só há uma dose de cherne...
- E os bifes são de vaca?
- Só há um bife de vaca. O resto é de porco.
- De porco, aqui nos Açores? Para comer porco vamos ao Alentejo. E não tem vaca porquê? O que mais vemos por aí são vacas a pastar...
- Pois. Mas só recebemos carne às terças e hoje é segunda.
- Bem, traga o que houver. E mostarda para os bifes.
- Lamento, mas mostarda não há.
..........................................................
Esqueci o nome do local onde se travou este diálogo, algures na Horta. O Jorge Sousa, o João Vaz e a Sónia Trigueirão são testemunhas. Mas nunca me esquecerei de não voltar a perguntar por um bom restaurante a um motorista de táxi. Já devia saber: os taxistas percebem tanto de gastronomia como eu percebo de lagares de azeite.
Etiquetas: de faca e garfo