quarta-feira, setembro 19, 2007

Fora de Série (3): Goodbye city life. Green Acres, we are there!










Olá caros leitores,

Bem vindos a Hooterville e a mais um fora de série dos great oldies do nosso encantamento. Recordam-se de Green Acres, uma quintarola a cair aos bocados perdida num lugarejo habitado por meia dúzia de patuscos indígenas e onde ocorrem fenómenos estranhos? Ou não me digam que um porco que vê televisão e vai à escola não é uma bizarria? Talvez por cá, mas em Hooterville tudo é possível. Até mesmo no Entroncamento seria um fenómeno da twilight zone.
Já terminou o telejornal a horas certinhas, a família está no sofá em frente ao televisor que enche a sala, que o Green Acres tem piadas para crianças e adultos. Nem pipocas nem apitos de telemóveis por favor, que não são tempos de modernices.
E é hora de mais um episódio de Viver no Campo, uma série cheia de situações absurdas e circunstâncias surreais: uma loura explosiva com sotaque húngaro e robe de setim branco tenta cozinhar qualquer coisa que se assemelhe a panquecas, um executivo cosmopolita atende o telefone em cima de um poste, um empregado preguiçoso arrasta-se entre cenas perfeitamente inútil e um oportunista multi-funções cheio de lábia tenta arrecadar mais algum.
O porco que lê e fala francês? Lembram-se de Arnold o filho adoptivo do venerável casal de Hooterville? Só mesmo o Douglas consegue manter a sanidade e ver um porco onde só existe um porco. Os restantes indígenas agradecem quando o bicho lhes entrega o jornal. Tudo normal.
Há ainda outro personagem que é ao mesmo tempo presidente da junta, chefe dos correios, filósofo e proprietário do Drucker's General Store. Provavelmente o único com tino no meio daquela parvónia (ainda sem jeeps) onde os autóctones se deslocam em velhos tractores e carripanas caprichosas. Um mano e uma mana carpinteiros sem jeito nenhum lá vão surgindo de vez em quando fazendo desacatos onde deviam fazer reparações, e é tudo.
No meio deste absurdo e de tantas cenas hilariantes, confesso que sempre tive uma dúvida. Coisas de criança sem ousadia para perguntar: como era possível o cabelo da Lisa estar sempre tão maravilhoso e porque motivo os robes brancos nunca estavam sujos de lama ou pó? Aquilo não batia certo. Talvez a primeira de muitas fantasias que haveria de ver na televisão e no cinema.
Agora, lavar os dentes, xixi e cama que estão os patinhos a cantar.
Ou, se quiserem, a minha versão adulta ao estilo da Lisa: Darling, I love you, but give me Park Avenue.


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