segunda-feira, julho 23, 2007

A minha táctica

Depois de muito ponderar, decidi não avançar para a liderança do PSD. Assim, posso continuar a ganhar tranquilamente dinheiro na iniciativa privada e comprar uma terceira casa de férias no Algarve, o meu quinto BMW e o jeep Cherokee que a minha mulher há tanto tempo me exige. Vou armar em desportista para Baqueira-Beret e em intelectual para o Festival de Salzburgo. Volta e meia, concedo uma entrevista a dizer que isto como está não pode ser e dou as minhas receitas para vencermos o atraso. Mas não desisti da vida pública. Decidi apenas esperar pelo momento certo. Examinei atentamente o exemplo de Sá Carneiro e aprendi que não posso cometer os mesmos erros. Se ele tivesse sabido esperar, não teria fundado o partido, entrava para o PS e se calhar teria sido o sucessor de Soares. Por isso, espero pelas eleições de 2009 e, se as coisas correrem bem, o PS ganha e o Mendes deverá cair. Bem, o mais seguro é mesmo o Sócrates renovar a maioria absoluta, porque assim o Mendes não se aguenta de certezinha e então entro eu como salvador do partido. Lá para 2013 ou 2014, deverei ser primeiro-ministro e aí é que vocês vão ver como se governa este país. Isto, é claro, se eu e o partido ainda estivermos vivos e se ainda houver alguma coisa para governar.