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A proposta que
Fernando Negrão ontem anunciou para haver "debates a dois" é particularmente excitante. Mas não é razoável. Então o candidato do
PSD esqueceu-se que há 12 candidatos? Esqueceu-se que ninguém de bom senso aceitaria fazer "debates a dois" no regime de
todos contra todos? Até porque os dias que faltam para a eleição não chegariam de certo para esse caderno de encargos. Ou estaria ele a pensar, como chegou a dizer, que iria debater com
António Costa, num duelo dos "grandes", depois haveria um frente-a-frente entre
Carmona e
Roseta, os independentes, depois entre
Ruben de Carvalho e
Sá Fernandes, o debate das "esquerdas", depois entre
Telmo e
Monteiro, o debate de ressabiamento com o que se passou no CDS e no PP,
Câmara Pereira contra
Quartim Graça, o de monárquicos populistas contra monárquicos ecologistas,
Garcia Pereira contra
Pinto Coelho, da extrema-esquerda com a extrema-direita?
Este modelo de debates, para além de parecer infantil, só lhe interessa a ele, é óbvio, telecomendado como está a ser por Marques Mendes e Paula Teixeira da Cruz. Mas ninguém com juízo aceitaria isto de bom grado, começando logo pelo que é evidente: em quase todas as sondagens até ao momento, Negrão é quarto, atrás de Costa, Carmona e de Roseta. Isto apesar de nos próximos tempos poderem aparecer estudos que o dão mais acima, talvez para o tentar encaixar nesse debate idílico. Keep dreaming...