quarta-feira, junho 13, 2007

Um herói dos nossos tempos

Esta semana li na Imprensa que a série Dr. House, que passa na TVI e na TV Cabo, é considerada uma da mais viciantes. Também gosto de a ver, embora não seja uma incondicional. Está bem escrita e reconheço à personagem que a protagoniza o charme que, de resto, levou o actor que lhe dá corpo, Hugh Laurie, a ser guindado à categoria dos homens mais sexy do momento. Dá-se o caso de Dr. House ser, entre outras coisas, um monstro de cinismo. Sem dúvida é essa a característica que mais o distingue. Depois também podemos identificar a inteligência, o individualismo e a arrogância como traços dominantes da sua personalidade.
Quanto ao aspecto físico não haveria nada a dizer não fosse dar-se o caso de ele ser coxo. Aqui está a originalidade: este herói tem um handicap que é a chave para a sua atormentada maneira de estar na vida. Mais: não só coxeia, como sofre de dores intensas e crónicas. Desculpa suficiente para ter um comportamento execrável para com todos os que o rodeiam (como se observa de episódio para episódio)? Os seus inúmeros fãs acham que sim. O tempo dos heróis bonzinhos já lá vai. House é agressivo, implacável, corrosivo. Mas como qualquer herói que se preze, afinal ele vale como uma metáfora: arrasta as nossas dores crónicas pelo corredor daquele hospital e vinga-se do mundo por nós. Com uma malvadeza inteligente, sofisticada, enfim... verdadeiramente sexy!