sábado, maio 19, 2007

No país dos valentins

A governadora-civil de Lisboa, Maria Adelaide Torradinhas Rocha, tomou a decisão de marcar a eleição em Lisboa para o dia 1 de Julho - uma decisão ilegal, como o Tribunal Constitucional ontem considerou, por ferir o direito à igualdade de oportunidades entre forças políticas, garantido na lei fundamental do País. Pensei que a senhora, ao ver assim desautorizada pela instância judicial suprema a única decisão de que há memória de ter tomado nos dois anos que leva de funções, anunciaria hoje o seu pedido de demissão. Afinal, nada disso: limitou-se a marcar nova data para a eleição (15 de Julho) e a encolher os ombros, declarando-se sorridentemente "de consciência tranquila". Nada de renúncia, claro: no país dos valentins e das felgueiras, todos vivemos de consciência imperturbável...
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Ler também:
- "É para isto que há tribunais", de Carlos Abreu Amorim, no Blasfémias
- "Eleições intercalares e limitadas", de José Medeiros Ferreira, no Bicho Carpinteiro
- "Consciência tranquila", de Coutinho Ribeiro, n' O Anónimo
- "Para o largo", de João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos
- "Ainda está em funções?", de Rui Costa Pinto, no Mais Actual