Algumas dicas práticas para Marques Mendes
Eu acho que Marques Mendes tem feito um bom trabalho como líder da oposição. Ponderado, tem resistido a cavalgar algumas ondas tentadoras e comporta-se, em geral, como um corredor de fundo.
Não conseguiu evitar alguns pequenos erros, julgo que por descurar os pormenores (por exemplo, que ideia foi aquela de, numas jornadas, aceitar falar num palanque rodeado pela frase "Objectivo: crescer 3%"?; ou decidir que "arguido não entra" sem antes fazer uma lista de arguidos reais e potenciais em quatro anos?).
O processo da câmara de Lisboa, no entanto, correu-lhe mesmo mal. Mas há que aprender com os erros:
1 - Nunca anunciar uma demissão sem o demitido estar ao lado a acenar com a cabeça que sim;
2 - Nunca convidar ninguém sem tomar precauções mínimas prévias.
Por exemplo, quer convidar Fernando Seara para candidato a Lisboa? Primeiro que tudo, há que arranjar alguém de confiança que vai jantar com o visado. A conversa pode ser mais ou menos assim:
- É pá, Fernando, há um grupo de pessoas no PSD que me pediu para te sondar. Gostávamos que fosses candidato a Lisboa e queríamos propor o teu nome ao Mendes. O que é que achas?
- Blá blá, tenho que pensar, blá blá
- Então diz-me qualquer coisa ainda hoje, porque eu tenho medo que o Sicrano (nomear alguém profundamente irritante para Seara) se antecipe.
- Blá blá, esse gajo é um garganeiro, blá blá
- Então já sabes. Entretanto, bico calado. Leste o livro do professor, sabes como são estas coisas. O Mendes, então, fica uma fera! Se sair alguma coisa nos jornais é razão para já nem querer ouvir falar de ti!
Muita maçada se teria poupado.
Não conseguiu evitar alguns pequenos erros, julgo que por descurar os pormenores (por exemplo, que ideia foi aquela de, numas jornadas, aceitar falar num palanque rodeado pela frase "Objectivo: crescer 3%"?; ou decidir que "arguido não entra" sem antes fazer uma lista de arguidos reais e potenciais em quatro anos?).
O processo da câmara de Lisboa, no entanto, correu-lhe mesmo mal. Mas há que aprender com os erros:
1 - Nunca anunciar uma demissão sem o demitido estar ao lado a acenar com a cabeça que sim;
2 - Nunca convidar ninguém sem tomar precauções mínimas prévias.
Por exemplo, quer convidar Fernando Seara para candidato a Lisboa? Primeiro que tudo, há que arranjar alguém de confiança que vai jantar com o visado. A conversa pode ser mais ou menos assim:
- É pá, Fernando, há um grupo de pessoas no PSD que me pediu para te sondar. Gostávamos que fosses candidato a Lisboa e queríamos propor o teu nome ao Mendes. O que é que achas?
- Blá blá, tenho que pensar, blá blá
- Então diz-me qualquer coisa ainda hoje, porque eu tenho medo que o Sicrano (nomear alguém profundamente irritante para Seara) se antecipe.
- Blá blá, esse gajo é um garganeiro, blá blá
- Então já sabes. Entretanto, bico calado. Leste o livro do professor, sabes como são estas coisas. O Mendes, então, fica uma fera! Se sair alguma coisa nos jornais é razão para já nem querer ouvir falar de ti!
Muita maçada se teria poupado.