Falou grosso, mas falou tarde
Finalmente, o ministro da Ciência e do Ensino Superior falou grosso. Sente incómodo neste papel, como ontem à tarde transpareceu do nervosismo exibido na conferência de imprensa em que anunciou o encerramento da "Universidade" Independente. Mariano Gago falou grosso, mas falou tarde. A "manifesta degradação pedagógica" agora invocada para fechar este estabelecimento (des)educativo era há muito evidente, perante a total apatia do Estado (leia-se: do Governo). Que licenciou a "universidade" sem a fiscalizar, desinteressando-se por completo do destino de centenas de trabalhadores-estudantes que ambicionavam justificadamente valorizar o seu currículo académico para singrar no mercado laboral. A verdade é que a Independente nunca foi uma instituição credível. Mas o Governo só deixou de assobiar para o lado quando a mediatização do caso o tornou impossível de ser ignorado. Esta forma de governar, a reboque das manchetes dos jornais, diz-nos tudo sobre a nossa classe dirigente. Não é preciso mais.