Espanha: tão próxima e tão distante
Espanha e Portugal: dois países tão próximos, duas realidades tão diferentes. As mais recentes estatísticas oficiais dos nossos vizinhos ajudam a perceber melhor esta diferença. O crescimento do produto interno bruto de Espanha em 2006 foi de 3,9 por cento relativamente ao ano anterior; em Portugal ficámo-nos por um crescimento de 1,3 por cento, contrariando os vaticínios mais optimistas de José Sócrates no início da actual legislatura. No mesmo período, o défice público espanhol quedou-se em 1,8 por cento; por cá, como sabemos, mantém-se em alta, com 3,9 por cento. Os números, de facto, ajudam-nos a perceber bem como a distância entre Lisboa e Madrid é muito maior do que às vezes pensamos. Valha-nos uma taxa de desemprego ligeiramente mais favorável do que a espanhola: 7,5 por cento por cá, contra 8,3 por cento do lado de lá da fronteira. Fraca compensação, atendendo ao facto de este ser o maior índice de desemprego em Portugal nos últimos 20 anos e não haver qualquer indício de que vá baixar. Claro que Zapatero não é melhor que Sócrates. A diferença é que a Espanha há muito que está no bom caminho, enquanto Portugal andou demasiado tempo com rumo errante.