«Não sou eu, é a realidade que se engana»
«Se eu olhar à minha volta e chegar à conclusão» de que «sou eu que estou melhor colocado para assumir a responsabilidade da liderança do meu partido, não fujo», terá afirmado Pedro Santana Lopes. Digo «terá» porque, se realmente o afirmou, é um caso clínico de amnésia e alheamento da realidade. PSL esqueceu já o que fez quando foi primeiro-ministro? Acha que os militantes do partido e os portugueses o esqueceram? Não sabe que foi o maior responsável pela vitória socialista com maioria absoluta e a situação em que hoje nos encontramos? Não recorda o que fez enquanto ocupou o Palácio de S. Bento? Santana Lopes não tem amigos? Um dvd para rever episódios gravados? Alguém que lhe explique, como se tivesse os cinco anos que parece muitas vezes ter, que Portugal já deixou de ser um recreio para meninos mal comportados? Há alturas em que, francamente, nem Job teria paciência para ser português. Eu, quando olho em volta e vejo Santana Lopes, não tenho só vontade de fugir. Fujo mesmo.