Um sinistro mundo de sombras (2)
Eis uma das revelações mais surpreendentes do livro: o fascínio que Hitler sentia por Estaline mesmo depois de os alemães terem sido clamorosamente derrotados pelos russos em Estalinegrado. Em 1943, escreve Speer, o ditador nazi falava do soviético “com subido apreço, não se esquecendo de salientar as analogias existentes entre a sua própria resistência e a de Estaline”. E chegou a dizer que, “depois de obtermos a vitória sobre a Rússia, o melhor que havia a fazer era confiar a administração da Alemanha a Estaline”. Escreve ainda Speer: “Em geral, considerava Estaline uma espécie de colega seu. Quando o filho do governante russo caiu prisioneiro, foi talvez pelo respeito que tributava ao pai que Hitler ordenou que lhe dessem um tratamento especial.” Tinha bons motivos para isso: se não fosse o pacto Hitler-Estaline (e que ele próprio traiu em Junho de 1941), celebrado dez dias antes da invasão da Polónia pelos nazis, em 1939, a tropa alemã não teria mergulhado o mundo na II Guerra Mundial.