Resposta a dois comentários
Por razões técnicas, estive impossibilitado de participar neste blogue durante alguns dias e, neste momento, não consigo colocar comentários. Ontem, escrevi um post sobre uma consequência pouco mencionada da baixa participação no referendo sobre o aborto, relacionada com a prometida consulta europeia e recebi dois pertinentes comentários aos quais não posso responder em local próprio. Justifica-se um post.
Escrevem dois leitores que se existe referendo que TEM de ser feito é o europeu, pois envolve soberania nacional.
Em teoria, esta opinião é esmagadora. Na prática, as coisas são um pouco mais complexas. Avaliando pela experiência de três referendos sobre temas que diziam muito às pessoas, a participação dos eleitores foi e será baixa. A questão europeia não é mobilizadora, pelo que o referendo sobre o tratado será não vinculativo. Nem é preciso estarmos a elaborar sobre este ponto.
Sabemos o que isto significou na Holanda. A campanha foi dedicada à Constituição e os eleitores holandeses não fizeram como os franceses, que votaram pelo canalizador polaco ou pela globalização. Em resumo: a resposta vinculativa em França pode ser mudada com um novo presidente, a não vinculativa holandesa é de betão.
Referendar o tratado europeu implica uma campanha sobre um tema muito abstracto, de grande complexidade, em que terão vantagem argumentos populistas e simplificadores. Se for tão má como a campanha a que assistimos, ninguém vai discutir o essencial e serão agitados numerosos papões inexistentes.
Para mais, o resultado será não vinculativo. Se o "não" ao tratado vencer (hipótese bem plausível) vamos esperar oito anos para fazer novo referendo até acertarmos na resposta?
Escrevem dois leitores que se existe referendo que TEM de ser feito é o europeu, pois envolve soberania nacional.
Em teoria, esta opinião é esmagadora. Na prática, as coisas são um pouco mais complexas. Avaliando pela experiência de três referendos sobre temas que diziam muito às pessoas, a participação dos eleitores foi e será baixa. A questão europeia não é mobilizadora, pelo que o referendo sobre o tratado será não vinculativo. Nem é preciso estarmos a elaborar sobre este ponto.
Sabemos o que isto significou na Holanda. A campanha foi dedicada à Constituição e os eleitores holandeses não fizeram como os franceses, que votaram pelo canalizador polaco ou pela globalização. Em resumo: a resposta vinculativa em França pode ser mudada com um novo presidente, a não vinculativa holandesa é de betão.
Referendar o tratado europeu implica uma campanha sobre um tema muito abstracto, de grande complexidade, em que terão vantagem argumentos populistas e simplificadores. Se for tão má como a campanha a que assistimos, ninguém vai discutir o essencial e serão agitados numerosos papões inexistentes.
Para mais, o resultado será não vinculativo. Se o "não" ao tratado vencer (hipótese bem plausível) vamos esperar oito anos para fazer novo referendo até acertarmos na resposta?
Etiquetas: Europa