terça-feira, fevereiro 06, 2007

Isto sou eu a dizer, mas amanhã digo o contrário


O 31 da Armada levou-me a entrar no campo da perplexidade. Eles são todos bons rapazes (não no sentido à Scorcese da expressão) mas com esta coisa do «Sim» e do «Não» acho que perderam o tino. Defendem, pelo menos o PPM e o Jacinto Bettencourt, que os Gato Fedorento deviam ter gozado também com Francisco Louçã porque isso é que era «pluralismo democrático» e que, ao não fazê-lo, estão a apoiar a campanha do Sim à má fila.
Ora um humorista manietado pelo contraditório e por esse tal pluralismo democrático (é difícil dizer isto sem soltar perdigotos) é um humorista morto. Tem tanto sentido como eu gozar hoje com a obsessão pelas massagens do Rodrigo Moita de Deus (por exemplo) e, amanhã, ser por isso obrigado a palavras jocosas sobre os casos de polícia da Fernanda Câncio (eu sei que não sou humorista, mas para o caso serve o exemplo).
Dir-me-ão que os Gato estão na RTP e o serviço público e tal. Não colhe. Porquê? Porque não. E nem me dou ao trabalho de explicar, mas é para isso que servem os tempos de antena e os espaços informativos. Podem achar que eles não têm piada, que antes tinham mais e que isto e aquilo, com o habitual desdém pelas audiências. Podem. Embora, meus amigos, o 31 de Armada também já tenha ultrapassado o Corta-Fitas em número de visitas, e nem por isso os desdenhemos ou pensemos que já não são o que eram. Onde estão os filminhos dos Vaders? Hem? Onde?