Conversas à lareira
Marcelo Rebelo de Sousa voltou à carga no Assim Não e no You Tube com o seu terceiro vídeo sobre a campanha para o referendo. Tal como já me tinham dito: dois vídeos a cada dois dias. Cirúrgico, Marcelo percebeu onde está o futuro e em Portugal acaba por revolucionar em poucos dias a forma de fazer política - repare-se que Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda, já lhe respondeu usando a mesma via.
A partir de agora, nada será como dantes. Um político pode perfeitamente passar a usar o You Tube para responder a um adversário, sem qualquer moderação, edição ou selecção. Este fenómeno a que estamos a assistir está a acontecer num dado registo, de campanha para um referendo (ao aborto), mas poderá vir a dar-se fora destes momentos. Por exemplo, numa campanha interna para a liderança de um partido, numa disputa autárquica, como reacção a um processo ou a uma atitude do Parlamento. Quem quiser fazer uma declaração ao País, e não tiver o meio ou o espaço para o fazer, poderá usar uma ferramenta como o You Tube.
Para já, Marcelo está a fazê-lo com conta, peso e medida, defendendo as suas convicções sobre o aborto. E com graça. No terceiro vídeo há até alterações no "enredo". Em vez de sentado no sofá e a conversar com a menina que o entrevista, Marcelo está de pé, à lareira, com o braço encostado e em mangas de camisa. Em vez de dirigir-se à sua audiência como no primeiro ou de simular uma entrevista, desta vez trata-se de uma conversa.
Quem diz que Marcelo não está a preparar-se para, a seu tempo, se lançar noutros voos? O sinal destes dias é evidente. Não é líder do PSD como em 1998 e esse facto não o impediu de querer participar e ter opinião. Como só tinha o palco da RTP ao domingo e a coluna no Sol ao sábado, resolveu criar o seu espaço. As conversas à lareira de sua casa. Não ficou, como tantos outros, resguardado no seu palco, caladinho nos momentos decisivos. Não esperou que a caravana passasse, apanhou-a.
A partir de agora, nada será como dantes. Um político pode perfeitamente passar a usar o You Tube para responder a um adversário, sem qualquer moderação, edição ou selecção. Este fenómeno a que estamos a assistir está a acontecer num dado registo, de campanha para um referendo (ao aborto), mas poderá vir a dar-se fora destes momentos. Por exemplo, numa campanha interna para a liderança de um partido, numa disputa autárquica, como reacção a um processo ou a uma atitude do Parlamento. Quem quiser fazer uma declaração ao País, e não tiver o meio ou o espaço para o fazer, poderá usar uma ferramenta como o You Tube.
Para já, Marcelo está a fazê-lo com conta, peso e medida, defendendo as suas convicções sobre o aborto. E com graça. No terceiro vídeo há até alterações no "enredo". Em vez de sentado no sofá e a conversar com a menina que o entrevista, Marcelo está de pé, à lareira, com o braço encostado e em mangas de camisa. Em vez de dirigir-se à sua audiência como no primeiro ou de simular uma entrevista, desta vez trata-se de uma conversa.
Quem diz que Marcelo não está a preparar-se para, a seu tempo, se lançar noutros voos? O sinal destes dias é evidente. Não é líder do PSD como em 1998 e esse facto não o impediu de querer participar e ter opinião. Como só tinha o palco da RTP ao domingo e a coluna no Sol ao sábado, resolveu criar o seu espaço. As conversas à lareira de sua casa. Não ficou, como tantos outros, resguardado no seu palco, caladinho nos momentos decisivos. Não esperou que a caravana passasse, apanhou-a.