Todos diferentes mas todos parados
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Irónico mesmo foi na última etapa do calvário, descendo a rua Castilho (toda ela com estacionamento em segunda fila), constatar um companheiro de infortúnio atrás de mim. O homem, irado, buzinava vociferando contra o seu cruel destino, fechado dentro do seu carro milionário, daqueles americanos e enormes que parecem ter dentes e expressão de zangados. Apesar de exausto, ainda sorri, mas o fulcro da questão não tem mesmo graça nenhuma. É que o caos urbanístico da Grande Lisboa e os milhares de carro-dependentes proporcionam um autêntico bloqueio nas estradas e acessos à capital que todos pagamos em poluição e em baixos índices de produtividade.