quinta-feira, dezembro 14, 2006

Todos diferentes mas todos parados

Hoje, excepcionalmente, levei a viatura para Lisboa, o que significou um autêntico martírio para mim e para o meu carro, que já tem uns aninhos. E como se eu estivesse de fora de toda esta história macabra, apercebi-me do patético que é este ritual diário. Esta soberba quantidade de trânsito, com toda a espécie de carros e de gente, incluindo as mais sofisticadas “bombas”, automóveis caríssimos, marcas de luxo em procissão quase parados durante horas.
Irónico mesmo foi na última etapa do calvário, descendo a rua Castilho (toda ela com estacionamento em segunda fila), constatar um companheiro de infortúnio atrás de mim. O homem, irado, buzinava vociferando contra o seu cruel destino, fechado dentro do seu carro milionário, daqueles americanos e enormes que parecem ter dentes e expressão de zangados. Apesar de exausto, ainda sorri, mas o fulcro da questão não tem mesmo graça nenhuma. É que o caos urbanístico da Grande Lisboa e os milhares de carro-dependentes proporcionam um autêntico bloqueio nas estradas e acessos à capital que todos pagamos em poluição e em baixos índices de produtividade.