Ter ou não ser
Escrevi isto há algum tempo e recordei-me do texto agora a despropósito do Natal.
Aproveito para desejar a todos os que passam por aqui e às respectivas famílias, um Feliz Natal. Em particular para quem não o celebra por motivos de perda, doença ou problemas pessoais, umas saudações muito especiais.
Eram oito da manhã e já me estava a sentir miserável. Leio no “Metro” as respostas de cidadãos entrevistados sobre o que iriam fazer caso ganhassem o Euromilhões. À excepção de um rapaz de 33 anos, desempregado, que iria viajar bastante, “até à Austrália, por exemplo”, as outras senhoras, uma doméstica de 41, uma empregada de limpeza de 48 e a Natércia de 36, empregada de escritório, todas elas afirmaram que “primeiro ajudavam as pessoas que estão mais perto e que precisavam”.
Se algum dia encontrar algum repórter do Metro, fujo para bem longe. Uma coisa é certa: se me saísse o Euromilhões não andaria nem mais um dia de metro às oito da manhã.
A Sra. D. Adelaide chega ao ponto de dizer “Não comprava assim grande coisa, não sou gananciosa”. Não precisei de reflectir muito para concluir que devo ser particularmente gananciosa.
Dobrei o sentimento de culpa em quatro e deitei-o no lixo.
Se algum dia encontrar algum repórter do Metro, fujo para bem longe. Uma coisa é certa: se me saísse o Euromilhões não andaria nem mais um dia de metro às oito da manhã.
A Sra. D. Adelaide chega ao ponto de dizer “Não comprava assim grande coisa, não sou gananciosa”. Não precisei de reflectir muito para concluir que devo ser particularmente gananciosa.
Dobrei o sentimento de culpa em quatro e deitei-o no lixo.