Vote blue turn what?
Anda tudo baralhado. Estamos no fim de Novembro, o Verão de São Martinho já lá vai e continuamos a andar todos em mangas de camisa - apesar das tempestades que se avizinham. Algo se passa, é preciso os governos começarem a pensar em estratégias eficazes para proteger o meio ambiente. A Comissão Europeia, por exemplo, tem de ter uma palavra a dizer, um plano comunitário.
Ontem estive à conversa com um influente cidadão britânico, que me dizia que o Reino Unido ia investir milhões na protecção da natureza e que David Cameron não está sozinho no seu discurso vote blue turn green. Da esquerda à direita toda a gente já percebeu que é preciso fazer qualquer coisa. Impôr regras às empresas poluentes, combater os gases que provocam o efeito de estufa, optar por meios de transporte menos agressivos em termos ambientais. Por cá, a preocupação com a natureza ainda é de esquerda. O Partido Os Verdes (PEV) é o espelho disso. Nunca foram sozinhos a votos, são uma extensão do PCP e são verdes por fora, mas vermelhos por dentro.
O ambiente não tem ideologia. Al Gore faz o que pode nos EUA (ainda não vi o tal documentário, mas está na minha agenda fazê-lo) e é de centro-esquerda; Cameron, a esperança dos conservadores ingleses para tentarem que ao New Labour sucedam os New Tories, inscreveu o ambiente na agenda político-mediática e não larga o osso. Para ele, educação, saúde (defende o Sistema Nacional de Saúde com unhas e dentes) e ambiente são os pilares básicos do seu programa. Por cá está tudo na mesma. Para além de Carlos Pimenta, hoje em dia poucos pensam o assunto com pés e cabeça. Aliás, desde que o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles se aventurou naquele tal de Partido da Terra, que nunca mais se pensou o ambiente numa perspectiva política séria e não vinculada a ideologias sectárias e ultrapassadas.