Rádio Bagdad
Esta manhã bem cedo, por razões excepcionais, desloquei-me para Lisboa de automóvel. Além da inquietação que foram aqueles 80 minutos perdidos dentro do carro, a certa altura inadvertidamente sintonizei a TSF. E claro, deu asneira.
O aumento médio de 30 % dos parques da EMEL, decidido ontem em assembleia municipal pela "coligação de direita", era parangona de abertura.
O que reclamo da referida notícia e reportagem, não é tanto a mensagem subliminar, explicitando um juízo de arbitrariedade da medida, mas a irresponsabilidade revelada pela abordagem convenientemente superficial. Pelos vistos quando convém, as causas do “Ambiente” e do Ozono não interessam, mais. Há que dar a voz ao povo da rua para um desgarrado e gratuito grito de indignação: junto ao parque de estacionamento da Loja do Cidadão das Laranjeiras, a meia dúzia de metros da estação do metro, foi fácil recolher umas revoltadas e incongruentes boçalidades contra a referida medida “simploriamente” anunciada pela repórter. Sem "contraditório", como convém.
Tive a sensação de ouvir nas entrelinhas a génese do que será para breve uma revolucionária reivindicação popular: um solidário subsidio para o povo automobilizado se deslocar comodamente às Laranjeiras ou aos Restauradores a queimar a sua dose de gasolina.
PS - Por outro lado, depois foi noticiado serenamente que a reunião ontem dos autarcas socialistas no Largo do Rato, por causa da nova lei das finanças locais, terá acalmado os ânimos aos mesmos. Tudo sob controlo.