sexta-feira, outubro 13, 2006

Incontinência Verbal

Avisa-me a minha provecta experiência de vida para não me incomodar com aquilo que posso evitar. Com uma vida tão cheia, nos dias que passam, não tenho espaço para desafios gratuitos ou retórica fútil. A competitividade no trabalho, a gestão dos conflitos inerentes, a família e os meus hobbies, o serviço cívico e tantos outros projectos e afazeres impelem-me a uma racional poupança de energias e emoções. Digo isto a respeito do Crime que Rui Castro postou aqui ao lado nos Incontinentes Verbais. Concordando com a afirmação inicial, acabei a ler o que não queria...
Definitivamente, não ler a Margarida Rebelo Pinto ou o Paulo Coelho, está nas minhas mãos, assim como não sintonizar a TSF para além do desporto, evitar ouvir as impertinências do José Veiga ou não ler determinadas insolentes colunas de opinião, está (quase) sempre nas minhas mãos. Seja na blogosfera, na imprensa tradicional, rádio ou televisão, eu evito chatices inúteis. Coração que não vê, coração que não sente: nunca me irritei com o Big Brother, ou a Luísa Castelo Branco porque simplesmente não os vejo.
Nesse sentido caro Rui, chateei-me hoje na leitura da sua posta. Eu até tenho o gosto pelo saber universal, e considero-me intrínseca e filosoficamente um democrata. Jamais recusei, por exemplo, a leitura de Nietzsche, devorei o Crime do Padre Amaro e admirei Jean Paul Sartre. Estou atento ao movimento das ideias do meu século. Até experimentei estoicamente o José Saramago. Só assim, parece-me, posso construir um pensamento evoluído, uma canseira de ambição, que apesar das minhas limitações jamais desistirei. Mas, para isso caro Rui, parece-me do elementar bom senso, evitar a perda de energias com a espuma dos dias, gastando energias e atribuindo valor ao histerismo militante e ao terrorismo verbal.

PS - Todas as regras têm excepção, e neste caso desportivamente concedo, lendo qualquer colega corta-fiteiro mais irreverente, numa sexta feira de particular sarcasmo anti clerical!