sexta-feira, outubro 13, 2006

Assumir a treta

Os críticos do DN juntaram-se para assinar uma coluna: Eurico de Barros, João Lopes, Nuno Carvalho, Pedro Mexia e Nuno Galopim questionam o facto de não ter sido efectuado o habitual visionamento à comunicação social pelos responsáveis do filme, algo que é «há quase trinta anos, um facto de rotina no mercado».
Ora, eu entendo bem o porquê do sucedido. «Filme da Treta» não é uma peça cinematográfica, é um objecto de entretenimento apenas, que se limita a aplicar a lógica da bem sucedida peça de teatro ao grande ecrã. Não fui ver (e também não vou porque não suporto a Cofidis) mas estou tão certo disso como a Terra ser achatada nos pólos, sem nunca lá ter ido.
Críticas que houvesse, só podiam ser severas e dentro de um registo que não interessava aos distribuidores e outros envolvidos. Fugiram com o rabo à seringa? Ah, pois fugiram! Mas a atitude tem o seu quê de saudável. Demarca as águas entre o que é Cinema e o que não é. Neste caso, nem estou certo de ter pretensões a ser. É apenas «uma treta» assumida. E dar importância às «tretas» não é nada a que eu esteja habituado pelos críticos que agora assinam este protesto.
Meus senhores, o que vocês deviam era agradecer. Alguém vos poupou horas preciosas da vossa vida. E, já que querem (?) saber, às dos vossos leitores também.