Vantagem competitiva
No meu tempo (como sabem começar assim um texto invoca sempre uma certa autoridade) os senhores mantinham as suas esposas ocupadas financiando-lhes uma boutique. Eram lojinhas muito simpáticas e cheias de cor, onde nunca alguém comprava o que quer que fosse mas se fazia conversa com as amigas. Em simultâneo, o buraco financeiro dava sempre um jeitaço para iludir as contas ao fisco. Pelo meio, as senhoras iam a Londres ou Paris, compravam lá uns trapinhos e faziam adicionalmente o que entendessem, uma forma de os senhores também equilibrarem a balança conjugal e não serem perturbados com perguntas sobre os seus programas nos Night-Clubs da cidade.
Hoje, não é assim. Marisa Cruz, por exemplo mas não é caso único, abriu uma loja de franchising da marca Fátima Lopes e, de acordo com um título do insuspeito 24 Horas, «já é empresária». Nestes novos tempos, as mulheres têm muito mais facilidade em ser empresárias e normalmente é isso que decidem ser. Isso ou relações públicas, mas estas normalmente são solteiras ou divorciadas. Um apontamento sociológico do maior interesse, que o Compromisso Portugal deveria ter em atenção pelo seu papel gerador de emprego e de competitividade.