terça-feira, setembro 19, 2006

"O sinal vermelho"

"Qualquer bom liberal - qualquer bom conservador - é um céptico sobre revoluções: deve evitá-las se puder, preveni-las se souber, contê-las se outro remédio não houver. Eu sou tão pouco revolucionário que nem sequer aprecio contra-revoluções". Paulo Portas, na sua nova crónica intitulada Ligações Perigosas, revista Tabu, semanário Sol.

Esta é uma das pequenas pérolas que podem ser encontradas no meio dos textos do ex-líder do CDS/PP e actual deputado. Mascarado sobre a forma de crítico cinematográfico - desta vez analisou o último filme de Sofia Coppola, sobre Maria Antonieta -, Portas vai de vez em quando soltando coisas deste calibre. Sem se comprometer, é claro. Tem o melhor de dois mundos: escrever e aparecer nas televisões, com o mediatismo inerente (essencial para se manter à tona), mas tentando passar entre a chuva sem se molhar. A tarefa é hercúlea, só ele mesmo...
No entanto, na próxima edição do Estado da Arte, na SIC Notícias, parece que Paulo Portas inverte a tendência. A coisa promete. O deputado-comentador fala sobre o Pacto de Justiça entre o Governo PS e o PSD, insurgindo-se contra o facto de o CDS/PP ter sido excluído. O partido que ele acha pertencer ao "arco da governabilidade" não pode ficar de fora. Por isso, aí está ele a dizer que já se acendeu um "sinal vermelho" no CDS. Ribeiro e Castro que se cuide.