Uma mulher com qualidades
Obrigado ao Eduardo pela notícia, mesmo que tão triste.
Os anglo-saxónicos têm uma expressão, provavelmente hoje perdida no limbo do politicamente correcto, para mulheres como ela e nunca foram muitas: «É como se usasse calças». O que significa, em bom português: «É uma mulher com tomates. Uma de nós».
Oriana tinha isso e muito mais. Tinha a sabedoria doce e acre de uma jornalista e escritora que entrava dentro do coração dos seus entrevistados. E a capacidade de fazer disso História.
Hoje morreu e a História continua. Onde quer que ela esteja, beijo com delicadeza os seus dedos. Porque foi deles que sairam as palavras que me fizeram amá-la, mesmo quando não tinha idade para isso, à distância de duas vidas impossíveis de se cruzarem. Quando quiserem saber como deve ser uma entrevista, leiam-na. É um favor que vos fazem.