Cecil B. Moniz
Ou muito me engano ou a TVI acaba de dar um furioso tiro de caçadeira no pé. A anunciada megaprodução, «realização emblemática» e «maior investimento de sempre» que é adaptar Equador para o pequeno ecrã, tem tudo para se revelar um portentoso fracasso.
Em primeiro lugar, Equador não tem personagens como bem sabe quem o leu. Há um Luiz Bernardo e mais ninguém. As restantes são unidimensionais e quem escrever o guião vai ter uma trabalheira para as fazer viver e ganhar identidade.
Em segundo, toda a descritiva prosa de MST desaparecerá sendo substituída por imagens que deduzo serem filmadas em S. Tomé umas, e recriadas em estúdio outras, o que vai custar um piparote de massa.
Em terceiro, vamos ser confrontados com a inevitável desgraça que são actores portugueses num drama histórico, proferindo as suas falas como quem está no palco do D. Maria.
A ver vamos, mas isto ameaça vir a ser a Cleópatra de José Eduardo Moniz.