O futuro não está aí
A Dia D faz capa com o tema «O Futuro dos Jornais». Às tantas, lá vem a conversa do «jornalismo dos cidadãos», do «jornalismo participativo» ou lá o que é. Isto põe-me os meus abundantes cabelos em posição de sentido.
O jornalismo, entendo eu que entendo de pouco mais, não é coisa que possa ser feita nem pela Dona Idália nem pelo Professor Espirulito dos Santos. É uma profissão baseada em técnicas e princípios cujo resultado, as notícias, deve ser elaborado com critérios estritos de informação e deontologia.
Não estou sequer aqui a defender o meu tacho, porque deixei definitivamente de ser jornalista com os alvores do novo milénio. Estou apenas a dizer o evidente: Se muitos jornalistas não são exemplares, isso deve-se ao facto de terem pouca ou nenhuma formação, de serem largados aos Dobermans nas redacções sem Editores e repórteres mais velhos com pachorra para os ensinar e, ainda por cima, julguem mal começado o estágio que já sabem tudo porque viram muitos filmes incluindo Os Homens do Presidente.
Pode ser que isto aconteça e em muitos casos. Mas jornalismo, meu número cada vez mais limitado de amigos, não é para o cidadão. Quando vão ao dentista, também não são atendidos pela vizinha do lado, pois não?