Duelo de Antónios
A prestação de António Lobo Xavier e de António Pires de Lima ontem, no programa de Maria João Avillez, foi bem distinta. O primeiro saiu-se muito melhor, porque foi mais sincero e verdadeiro. E foi directo ao assunto: Segundo Lobo Xavier, "não são as 12 pessoas" do grupo parlamentar que estão a ter problemas com a direcção do CDS, "são quase todas as que perderam o último congresso". O antigo deputado e actual homem-forte de um dos nossos grandes grupos económicos disse que só se discutem pessoas e métodos quando há temas "fracturantes" que dividem os dois grupos antagónicos (o de Ribeiro e Castro e o de Portas, por interpostas pessoas). Deu o exemplo das eleições presidenciais, muito bem dado, embora Pires de Lima tenha fingido não ter percebido. Então não foi Pires de Lima (e Portas, na sombra) que andou durante meses a falar em alternativas "à direita" ao nome de Cavaco Silva, para acabar a apoiá-lo durante a campanha e a marcar presença durante a cerimónia do Palácio da Ajuda de copo de champanhe na mão? Isto para já não falar do episódio de se ter "ofendido" por o candidato nunca falar no nome do partido nos comícios... O único argumento que ouvi, aliás repetido, de Pires de Lima (com a gravata torta) foi a necessidade de Ribeiro e Castro ter "resultados". Aí Lobo Xavier perguntou, e bem: "Quais, as sondagens?"