Deputados "rebentam" voto electrónico
Esta quinta-feira o insólito voltou ao plenário da Assembleia da República. Durante a votação da Lei da Paridade, que não aconteceu na semana passada pelos motivos sobejamente conhecidos, o PS e o Bloco de Esquerda só conseguiram 111 votos favoráveis. Contra 90 do PSD, CDS, PCP e Verdes. Acontece que a lei precisava de uma maioria qualificada (116 votos) e o presidente da AR, Jaime Gama, chegou a dar a votação como perdida para momentos depois se gerar o costume por aquelas paragens: A confusão total.
A lei, depois de "verificadas" as presenças dos senhores deputados e de abalada toda a confiança no voto electrónico, é afinal aprovada com 122 votos "sim" do PS e BE e com 96 "não" dos restantes partidos. O CDS apela agora ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, para que mande o diploma para fiscalização no Tribunal Constitucional, o PSD cala-se para já (até é melhor porque se o líder parlamentar Marques Guedes não tivesse sugerido a junção das contagens electrónica e manual, a lei tinha chumbado mesmo) e os comunistas já comentam nos bastidores que quem não quiser cumprir a paridade (um terço de mulheres, pelo menos) na elaboração de listas para a AR, autarquias ou Parlamento Europeu é só invocar a baralhada desta votação.
O voto electrónico, esse, morreu. Vamos voltar ao braço no ar, ao senta e levanta das cadeiras, à contagem por filas. Muito mais seguro, certamente. Até porque os olhos não enganam e o sistema electrónico da AR, velho e caduco (tem apenas três aninhos), não estava habituado a tanta gente em plenário...