The super raw smack down 2007
Uma mulher muito sábia com quem trabalhei explicou-me uma vez que um dos segredos do sucesso do seu casamento era uma boa repartição do poder. "Ele fica com as macro-decisões: a paz no mundo, o combate ao aquecimento global, a necessidade de haver mais capacetes azuis para reforçar as Nações Unidas, etc. Eu decido as coisas mais miúdas tais como onde vamos passar férias, qual a altura para trocar de carro, etc...".
Lembrei-me dela nestes dois dias em que já me cruzei com comitivas de carros negros em alta velocidade e cheias de sirenes. Confesso, eu pensava que essa coisa da cimeira era um jogo virtual. Reconheço agora que, embora continue a ser um jogo parvo de rapazes, é mesmo real.
A um nível tão macro, o poder de influência deste tipo de reuniões na vida das pessoas é nulo. Ou alguém acredita que, depois desta cimeira, vai mudar alguma coisa na Europa ou em África? Bem sei que a diplomacia é mesmo assim e faz falta, mas ninguém me tira esta sensação de que, enquanto os líderes europeus e africanos decidem coisas sobre os dois continentes, bem que nos podiam deixar decidir coisas miúdas tais como quem vai pagar os contadores digitais da EDP.