quinta-feira, novembro 01, 2007

É oficial: entrei na corrente!

Graças à generosidade da Leonor Barros, da Geração Rasca, entrei na corrente da quinta linha da página 161 de um livro ao acaso.
O livro é o que anda aqui por cima das superfícies esta semana: Uma história para o futuro: Maria de Lurdes Pintasilgo, que comprei segunda-feira no sessão de lançamento, na biblioteca da Assembleia da República. Dos discursos dos autores, Leonor Beleza e Jaime Gama, ficou-me esta imagem: este é um livro de História.
Tinha reparado que já ninguém usa a expressão "a nossa jovem democracia" (lembram-se?), mas não estava preparada para pensar em Maria de Lourdes Pintasilgo como uma personagem histórica, tal como não estava para saber que Bruce Springsteen tem 60 anos (catadupa de informações temporais que me provocou uma arreliadora ruga, resultado de notar como o tempo passou depressa para os outros).
Voltando ao livro, confesso que ainda não o li mas, para já, fiquei rendida ao consenso que reinou no lançamento: Ramalho Eanes ombreava com Luís Fazenda, Raul Solnado e Leonor Beleza, só para terem uma ideia. Mais surpreendente ainda: a autora, Luísa Beltrão, é sogra do co-autor, Barry Hatton. Ou o autor, Barry Hatton, é genro da co-autora, Luísa Beltrão, o que diz muito sobre o espírito de tolerância do lançamento.
Indo ao que interessa, reza assim a frase completa da quinta linha da página 161:
"Muitos amigos como Sedas Nunes e Pereira de Moura (procuradores como ela à Câmara), também confiam na sinceridade de Marcello Caetano e na sua intenção de transformar o contexto político português".
Fico contente com esta frase, escrita num português económico e com poucas vírgulas, como eu gosto, e porque também acredito na sinceridade de Marcello Caetano.
No espírito de tolerância do livro, passo a bola à There's only 1 Alice; ao Miguel Maduro, da Geração 60; ao Filipe Anacoreta, do Cachimbo de Magritte; ao Pinho Cardão, do Quarta República e ao Nuno Ramos de Almeida, do Cinco Dias.

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