quarta-feira, novembro 28, 2007

Este parte, aquele parte


Ao enviarmos soldados de uma tropa de elite para um cenário de guerra, há algo que devemos ter presente nas nossas consciências: Há fortes hipóteses de algum deles morrer. E há também algo mais a ter em consideração: Quando se voluntariam para um Corpo como os pára-quedistas e em seguida para integrar missões como a do Afeganistão, os soldados sabem ao que vão. Que o soldado Pedrosa tenha morrido aos 22 anos num desastre de viação durante uma patrulha nocturna, é estúpido e chocante. Fosse uma bala que o atingisse numa emboscada seria igualmente estúpido e chocante?
Não existem, nunca existiram, guerras sem mortos. Sem jovens soldados a regressar em caixões entre as lágrimas dos familiares, camaradas e amigos. É bom que os portugueses se apercebam de algo, no meio de toda esta catarse de luto em torno do que aconteceu ao soldado Pedrosa. Como reagiríamos se, num confronto com fogo inimigo, tivessem morrido bastante mais? Quando entenderemos que, quando uma Nação envia os seus melhores para a batalha, o faz para que morram por ela se preciso for, ou se aqueles contra com quem combatem forem superiores no terreno? Ou os soldados partem, ou não partem. Essa decisão é nossa. A partir daí, o que acontece tem muito de imprevisível. Mas também uma antecipada e negra certeza ensombrando a missão de todos e cada um.

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