domingo, setembro 30, 2007

Memória

José Pacheco Pereira sempre se achou dono da verdade. Mesmo que às vezes não saiba muito bem de que verdade fala. Para ele, só havia o jornalismo que ele autorizasse e reconhecesse. Ou não havia jornalismo nenhum. Apesar da roupagem de social-democrata, os tiques comunistas estão lá todos. Já agora, diga quais são os erros factuais? E de que "escândalos" fala dos tempos dos governos de Aníbal Cavaco Silva? Pacheco Pereira tinha a obrigação de falar neles, até porque, se bem me lembro (e eu tenho memória), foi vice-presidente do grupo parlamentar e depois sucedeu até, em circunstâncias ainda por apurar, a Domingos Duarte Lima. Foi isso tudo durante os governos de Cavaco Silva, na mesma altura em que Luís Filipe Menezes era secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. Presume-se que a direcção da bancada falasse e trocasse informação com o secretário de Estado e, já agora, com o ministro da tutela, que, se a minha memória não me falha, se chamava à época Luís Marques Mendes. Se sabe de tantos "casos", então por que razão os omitiu do povo português durante tanto tempo?
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P. S. - O único vislumbre de "erro factual" a que JPP poderá estar a referir-se deve ter a ver com a sua fugaz passagem pela distrital de Lisboa do PSD e o facto do seu adversário na altura (Pedro Passos Coelho, que ele derrotou em 1996) lhe ter toldado o espaço na estrutura. Daí a expressão "roubou a distrital". Nunca se disse que PPC foi líder do PSD/Lisboa. Não, por amor de Deus. Esse papel foi de JPP e só dele. É com este tipo de minudências que, infelizmente, JPP se preocupa. Ainda por cima com leituras na diagonal.