domingo, agosto 12, 2007

Adeus Ota, olá Alcochete

Mário Lino mandou suspender todos os estudos referentes à Ota, até estar concluída a avaliação da hipótese Alcochete para a construção do novo aeroporto. Mero bom senso face às circunstâncias, devemos concluir. Lá terá Vital Moreira que engolir um pacote de pastilhas contra a azia, depois de nos últimos meses, mais otista que Lino, ter andado a debitar "pérolas" num fervoroso zelo apostólico pró-Ota.
"Pérolas" como estas:
- "A localização do novo aeroporto de Lisboa movimenta compreensivelmente poderosos grupos de interesse, e só isso pode justificar a súbita campanha contra a Ota. Mas o principal interessado numa localização a sul do Tejo é naturalmente a Lusoponte, concessionária das pontes sobre o Tejo." (8 de Abril)
- "A oposição do Porto ao novo aeroporto de Lisboa, sobretudo contra a solução Ota, supondo que este vai contra os interesses do Norte, é verdadeiramente patética!" (29 de Abril)
- "A insensibilidade de certos engenheiros -- ainda por cima o bastonário da Ordem -- em relação aos constrangimentos ambientais que militam contra a localização do novo aeroporto de Lisboa a sul do Tejo só desqualifica quem a exibe com tanta suficiência. (...) O activismo de tantos engenheiros, nessa qualidade, no lobby a favor de outra localização para o aeroporto não tem cabimento. Um aeroporto é uma obra demasiado importante para ser decidida por engenheiros..." (9 de Maio)
- "O Poceirão e as Faias não ficam mais perto de Lisboa do que a Ota, muito menos de Cascais, Sintra ou Oeiras, que distam muito menos da Ota." (25 de Maio)
- "Na questão do aeroporto, alguns jornais mais militantes adoptaram a seguinte linha de orientação: todas as 'bocas' contra a Ota merecem manchete de primeira página; todos os argumentos contra as alternativas são desterradas para uma esconsa página ímpar interior. Assim vai a imprensa entre nós..." (21 de Junho)
- "Antologia do dislate político: 'O aeroporto na Ota coloca Lisboa na situação de uma cidade provinciana da Península Ibérica'. (Manuel Alegre)" (21 de Junho)
Aguardo agora com expectativa a reacção do professor de Coimbra ao flic-flac de Mário Lino, um ministro para quem a palavra "jamais", em português ou em francês, tem um valor muito relativo...