Os dias da rádio
A rádio vai morrer muito em breve – esta afirmação foi feita há dias durante um seminário na Sociedade Portuguesa de Autores onde se discutia o futuro deste meio de comunicação. Quando li a notícia no jornal interroguei-me sobre as razões que me levaram a distanciar-me da rádio como ouvinte (de música, não de notícias, que continuo a consumir por razões profissionais).
Tentei situar-me: quando é que mudei? Lembrei-me então dos tempos em que ouvir rádio era, para mim, um must. Durante a minha adolescência houve programas que contribuíram para a minha cultura musical. Estou a recordar-me do excelente “Os Cantores do Rádio”, apresentado por José Nuno Martins, que me ajudou a consolidar os meus conhecimentos sobre música popular brasileira e, por exemplo, de “O Som da Frente”, apresentado por António Sérgio, através do qual me informava acerca das bandas pop/ rock mais vanguardistas.
A rádio ensinou-me, formou-me, apaixonou-me. Havia programas que nem eu, nem os meus colegas de escola gostávamos de perder, sob pena de não acompanharmos convenientemente as músicas que chegavam ao éter em primeira mão.
Mas os tempos mudaram e os programas de autor desapareceram das principais estações. A rádio foi convertida num imenso cd player. As play lists substituíram a selecção personalizada dos animadores. Agora eles passam o que as editoras lhes passam. E rodam os mesmos temas repetidamente, com um propósito comercial tão ostensivo que me irrita.
Quando deixei de ouvir rádio? Quando a rádio mudou a sua relação comigo e me passou a tratar não como ouvinte, mas como mera consumidora de música a metro.
Tentei situar-me: quando é que mudei? Lembrei-me então dos tempos em que ouvir rádio era, para mim, um must. Durante a minha adolescência houve programas que contribuíram para a minha cultura musical. Estou a recordar-me do excelente “Os Cantores do Rádio”, apresentado por José Nuno Martins, que me ajudou a consolidar os meus conhecimentos sobre música popular brasileira e, por exemplo, de “O Som da Frente”, apresentado por António Sérgio, através do qual me informava acerca das bandas pop/ rock mais vanguardistas.
A rádio ensinou-me, formou-me, apaixonou-me. Havia programas que nem eu, nem os meus colegas de escola gostávamos de perder, sob pena de não acompanharmos convenientemente as músicas que chegavam ao éter em primeira mão.
Mas os tempos mudaram e os programas de autor desapareceram das principais estações. A rádio foi convertida num imenso cd player. As play lists substituíram a selecção personalizada dos animadores. Agora eles passam o que as editoras lhes passam. E rodam os mesmos temas repetidamente, com um propósito comercial tão ostensivo que me irrita.
Quando deixei de ouvir rádio? Quando a rádio mudou a sua relação comigo e me passou a tratar não como ouvinte, mas como mera consumidora de música a metro.