Longe de Lisboa (2)
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A Ver Tavira - é o nome do restaurante. Nenhum outro seria mais ajustado para este jantar, dada a sua privilegiada localização. Provo carpaccio de salmão com azeite balsâmico, lulinhas à algarvia, courgettes com queijo de cabra. Há-de vir ainda para a mesa um bacalhau verde com gambas que promete nota igualmente muito elevada. Quem disse que a gastronomia regional se resume a lugares-comuns? E bebo um fabuloso rosé alentejano - Vinha da Defesa, da herdade do Esporão - bem apropriado aos petiscos e à temperatura ambiente. Num país onde a toda a hora se consomem "sangrias" mais que duvidosas e toda a sorte de caipirinhas à refeição, percebo mal esta aversão dos portugueses aos nossos excelentes rosés, que já figuram entre os melhores da Europa.
Volta a soar um sino. E o melro cantou há pouco, reconfortado. Escuto-o: diz-me que é bom estar aqui de férias. Um brinde a esta ave tão sábia: não posso estar mais de acordo.