A "qualificação" a que temos direito
O relatório da Inspecção-geral do Ensino Superior à Universidade Independente, divulgado no semanário Sol pela jornalista Andreia Félix Coelho, é verdadeiramente demolidor, traçando um retrato negro da instituição que José Sócrates escolheu para concluir o curso.
Desde 2002 que a universidade não era inspeccionada, o que atesta bem dos critérios de rigor dos sucessivos governos nesta matéria. Incluindo o actual, que tanto apregoa a prioridade à "qualificação" dos recursos humanos.
O que diz o relatório?
Passo a citar:
- O reitor "não tem o doutoramento registado, não lhe sendo, assim, legalmente reconhecidos os direitos inerentes à titularidade deste grau académico".
- O corpo docente não garante, "na maioria dos cursos, as qualificações académicas legalmente exigidas, bem como o regime de funções em tempo integral".
- "A concessão de equivalências é realizada sem a intervenção do Conselho Científico", o que viola a lei.
- "O Conselho Científico não é composto exclusivamente por doutores", o que também viola a lei.
- O ingresso de alunos na universidade "revela a existência de frequentes actos de negiglência e falta de rigor na aceitação e apreciação das candidaturas".
Há mais, muito mais. Mas fico-me por aqui. Assim vai o ensino "superior" em Portugal. Alguém aí falou em qualificação?