segunda-feira, abril 23, 2007

A nova França

A primeira volta já era, agora trata-se de um duelo. Como disse "Sarko", entre duas visões da política e da sociedade. Uma estafada, que mais não é do que uma mistela de Terceira Via fora de prazo com resquícios do socialismo bacoco que a Europa produziu com particular fulgor nos anos 70 e 80 (e em alguns países, com o habitual atraso, nos 90). Madame Ségolène, por mais que tentem, não é sequer a reencarnação de François Mitterrand com saias. É muito vazia para isso.
Já Nicolas Sarkozy é um caso sério. Ou muito me engano ou o homem pode mudar a face da França. Por isso é que muitos dentro e fora do seu país estão autenticamente em pânico. Com ele, acaba a chafurdice à la racaille, mas também o politicamente correcto do dolce fare niente no Eliseu, no governo e na Assembleia Nacional. Com ele, a Alemanha não está sozinha ao volante da União Europeia. E os EUA não estão sozinhos a policiar o mundo. Com ele, o francês deixa de ser língua oficial da diplomacia do croquete e passar a ter voz no xadrez mundial. Com ele, a Europa terá mesmo de decidir se anda ou não para a frente com o Tratado Constitucional. Para mim, mais vale uma démocratie irréprochable do que uma democracia pseudo-decente...
Faltam 13 dias, oito horas e não sei quantos minutos.