Nos 50 anos da RTP (15)
COLUMBO. Uma das imagens mais iconográficas da história da ficção televisiva é a de um indivíduo mal vestido, com uma gabardina suja, de andar trôpego e um eterno charuto apagado ao canto da boca. Se o víssemos por aí na rua nada daríamos por ele. Mas este indivíduo de ar insignificante era afinal um dos mais inesquecíveis detectives da televisão: Columbo, magistral criação de Peter Falk, marcou todos os telespectadores da década de 70. Produzida pela NBC entre 1971 e 1978, esta série americana dessacralizou a figura do detective, equiparando-o a um homem comum. Columbo tinha um verdadeiro achado como chave de argumento: desde o início, o espectador sabia quem cometia os crimes. O suspense jogava-se todo na observação da insólita actuação deste detective sem garbo, que quase até ao fim parecia baralhado com o labirinto de indícios que lhe surgia pela frente. Cada episódio terminava com Columbo partindo na noite, sempre de gabardina surrada e charuto sem chama. Cumpria o dever de polícia como se fosse o primeiro a espantar-se afinal com as suas espantosas capacidade dedutivas. Um perfeito exemplo de anti-herói.