Duelo ao pôr-do-sol
Vi ontem à noite o frente-a-frente entre os dois candidatos à liderança de um partido virtualmente inexistente. Paulo Portas e Ribeiro e Castro, que disputam a presidência do CDS, responderam durante uma hora às perguntas de Judite Sousa, regressada ao prime time do canal público após um brevíssimo interregno que coincidiu com a recente entrevista de José Sócrates à RTP. Do que vi ficou claro que aquilo não tem conserto. Portas e Castro odeiam-se cordialmente e o confronto entre ambos não deixará pedra sobre pedra no Largo do Caldas. Portas, com a ligeireza habitual, trocou o boné da lavoura e a samarra das feiras pelo partido "cosmopolita" que diz agora defender. Castro, que não abandona aquela expressão dorida própria dos treinadores de futebol à beira da chicotada psicológica, deixou transparecer demasiado azedume contra o seu antagonista, "promotor da mais baixa intriga dentro do partido". Mesmo assim, coube-lhe a melhor frase da noite: "Os derrotados de 2005 não podem ser os vencedores de 2009." Nada mais certo.