Não há beleza no Mal
Enquanto grupos de neonazis, fascistas, nacionalistas ou lá o que queiram chamar-lhes se manifestam por cá, Brian Ferry foi obrigado a pedir desculpas públicas por, numa entrevista, ter apelidado a cultura do regime hitleriano e a sua iconografia como «just amazing» e baptizado o estúdio de gravação com o nome de fuhrerbunker. As suas palavras foram, and I quote:
«My dear gentlemen, the Nazis knew how to put themselves in the limelight and present themselves. (…) Leni Riefenstahl's movies and Albert Speer's buildings and the mass parades and the flags - just amazing. Really beautiful».
Ora 90% do que o ex-Roxy Music disse é verdade: Eles «sabiam apresentar-se» e visionar o «O Triunfo da Vontade» basta para evidenciar bem o que era capaz de gerar a combinação da propaganda de Goebbels com a arquitectura de Speer e a técnica de realização de Riefenstahl. Era, com certeza, «just amazing». Mas «really beautiful» é que não. Chamar bela à manifestação orquestrada do mal e à sua iconografia é, das duas uma: Ou ser irresponsável o suficiente para não conhecer o poder gerado nas massas por esse profissionalismo imagético, canalizador das mais baixas vibrações individuais e colectivas, ou conhecer e partilhar dos sentimentos gerados. As insígnias das Waffen SS eram «amazing» logótipos? Admito que sim. Belas? Nunca na vida. Embora indubitavelmente na morte.
«My dear gentlemen, the Nazis knew how to put themselves in the limelight and present themselves. (…) Leni Riefenstahl's movies and Albert Speer's buildings and the mass parades and the flags - just amazing. Really beautiful».
Ora 90% do que o ex-Roxy Music disse é verdade: Eles «sabiam apresentar-se» e visionar o «O Triunfo da Vontade» basta para evidenciar bem o que era capaz de gerar a combinação da propaganda de Goebbels com a arquitectura de Speer e a técnica de realização de Riefenstahl. Era, com certeza, «just amazing». Mas «really beautiful» é que não. Chamar bela à manifestação orquestrada do mal e à sua iconografia é, das duas uma: Ou ser irresponsável o suficiente para não conhecer o poder gerado nas massas por esse profissionalismo imagético, canalizador das mais baixas vibrações individuais e colectivas, ou conhecer e partilhar dos sentimentos gerados. As insígnias das Waffen SS eram «amazing» logótipos? Admito que sim. Belas? Nunca na vida. Embora indubitavelmente na morte.