O mestre e o "aprendiz"
Digam o que disserem, José Ribeiro e Castro teve esta semana a sua jogada de mestre enquanto presidente do CDS/PP: a inauguração da galeria dos antigos líderes do partido, onde volta a constar a fotografia de Diogo Freitas do Amaral (mandada retirar pela anterior direcção), bem como a de Paulo Portas. Pode ter sido a única jogada de que muitos se vão lembrar, agora não se pode negar que foi bem feita.
Agora, Paulo Portas de aprendiz não tem nada. Com esta dicussão espúria à volta das directas ou do congresso, Ribeiro e Castro só está a adiar o inevitável. Portas chega lá com ou sem directas, por uma simples razão: o aparelho é dele. Ao longo de mais de sete anos, Portas - sozinho, acompanhado ou por interpostas pessoas (como João Rebelo, que é, no meu entender, o verdadeiro "dono" do partido) - palmilhou o País de lés a lés com conversas, almocinhos, jantarinhos, palmadinhas nas costas, oferendas várias, oblatas de lugares e alguma tagarelice à mistura. O que resultou.
O velho partido democrata-cristão de Freitas e de Amaro da Costa (em cuja linhagem Ribeiro e Castro entronca) foi substituído por uma agremiação de jovens e menos jovens liberais, conservadores e anarco-marialvas que têm uma sede constante de poder. Sede essa que num pequeno partido como o CDS é vista (e/ou confundida) com energia renovadora e com a vitalidade que Ribeiro e Castro (um homem sério demasiado só ou mal acompanhado) não demonstra.
Dirão muitos que Portas estará a tentar desapossar um líder do seu poleiro. Fora do timing, contra os estatutos, à revelia do status quo. Eu pergunto: mas não é assim que se faz sempre que se quer conquistar um partido? Ou seria mais salutar esperar que essa ou qualquer outra liderança caísse de podre?
Uma outra questão é o que quer Portas? Ao que vem nesta segunda encarnação? Como me dizia há anos uma das poucas figuras de referência daquele partido, Portas é como os gatos. Tem sete vidas. Eu acrescento: ele não é um gato persa, não é de ficar ao colo, no quentinho, à espera que o prato seja servido. É gato de rua que caça ratos.
Mais curioso vou estar em relação ao rumo que quer imprimir. Ao relacionamento com o PSD e, sobretudo, à atitude que irá adoptar face ao inquilino de Belém. Se, no meio dos disparos contra Sócrates (certamente mais certeiros que os de Marques Mendes e Ribeiro e Castro), Portas resolver afrontar Cavaco Silva como parte do problema, irá dar-se mal. Muito mal.
Agora, Paulo Portas de aprendiz não tem nada. Com esta dicussão espúria à volta das directas ou do congresso, Ribeiro e Castro só está a adiar o inevitável. Portas chega lá com ou sem directas, por uma simples razão: o aparelho é dele. Ao longo de mais de sete anos, Portas - sozinho, acompanhado ou por interpostas pessoas (como João Rebelo, que é, no meu entender, o verdadeiro "dono" do partido) - palmilhou o País de lés a lés com conversas, almocinhos, jantarinhos, palmadinhas nas costas, oferendas várias, oblatas de lugares e alguma tagarelice à mistura. O que resultou.
O velho partido democrata-cristão de Freitas e de Amaro da Costa (em cuja linhagem Ribeiro e Castro entronca) foi substituído por uma agremiação de jovens e menos jovens liberais, conservadores e anarco-marialvas que têm uma sede constante de poder. Sede essa que num pequeno partido como o CDS é vista (e/ou confundida) com energia renovadora e com a vitalidade que Ribeiro e Castro (um homem sério demasiado só ou mal acompanhado) não demonstra.
Dirão muitos que Portas estará a tentar desapossar um líder do seu poleiro. Fora do timing, contra os estatutos, à revelia do status quo. Eu pergunto: mas não é assim que se faz sempre que se quer conquistar um partido? Ou seria mais salutar esperar que essa ou qualquer outra liderança caísse de podre?
Uma outra questão é o que quer Portas? Ao que vem nesta segunda encarnação? Como me dizia há anos uma das poucas figuras de referência daquele partido, Portas é como os gatos. Tem sete vidas. Eu acrescento: ele não é um gato persa, não é de ficar ao colo, no quentinho, à espera que o prato seja servido. É gato de rua que caça ratos.
Mais curioso vou estar em relação ao rumo que quer imprimir. Ao relacionamento com o PSD e, sobretudo, à atitude que irá adoptar face ao inquilino de Belém. Se, no meio dos disparos contra Sócrates (certamente mais certeiros que os de Marques Mendes e Ribeiro e Castro), Portas resolver afrontar Cavaco Silva como parte do problema, irá dar-se mal. Muito mal.