Marinheiros de água doce
Há um país do mundo sem saída para o mar que mantém uma força de marinha com 4800 homens e 73 embarcações. O oceano mais próximo fica muito longe, mas nem isso impede a "força naval" desse país de sugar 15 por cento do orçamento militar nacional, avaliado em 130 milhões de dólares. Tanto dinheiro não impediu em 2006 a morte por afogamento de pelo menos oito destes intrépidos marinheiros - não no mar, obviamente, mas em rios - que por norma não sabem nadar.
Mas nem tudo é mau. No ano passado, à falta de melhor alternativa para preencher o tempo, 160 oficiais "foram destacados para capinar os pastos de um zoológico local", revela a revista Veja, que nos traça este pitoresco quadro de marinheiros de água doce.
E que país é esse? A promissora Bolívia, que ruma ao socialismo pela mão do pequeno timoneiro Evo Morales. O mesmo que reclama do vizinho Chile uma faixa territorial que lhe permita atingir as praias do Pacífico. Claro que os chilenos não têm feito caso desta exigência. Resta ver como reagirá Morales. Escavará túneis para infiltrar submarinos? Mudará o leito de um rio para mandar avançar uma corveta? Vale a pena acompanhar este folhetim. Para recuarmos ao tempo em que todos brincávamos à batalha naval.