Em louvor das formiguinhas
Faz agora um ano, afirmei publicamente que a blogosfera tinha potencial, mas que os seus utilizadores não a aproveitavam inteiramente, sobretudo a nível criativo. Este é um meio novo, em crescimento rápido. Ninguém sabe ao certo para onde vai, mas já transformou a comunicação social e ameaça ter impacto na própria democracia. Apesar disso, é pouco utilizado como veículo de literatura original. Foi mais ou menos o que eu disse num encontro de escritores, na Póvoa do Varzim. (A temática dos media não me interessa demasiado, mas não costumo ser convidado para falar em público e, no caso, lembraram-se de me incluir num painel onde se discutia blogosfera e literatura).
Um ano depois, não alterei a minha opinião, mas o impacto da blogosfera na sociedade é maior do que eu esperava. A meu ver, os jornalistas terão de aprender a ser mais humildes, pois o seu trabalho começou a ser discutido. Isso parece-me positivo, desde que não seja tendência utilizada para intimidar vozes incómodas. O mesmo se aplica a políticos no activo. O escrutínio do poder não se limita hoje aos meios tradicionais. A blogosfera política parece-me ser um enorme êxito, com real influência. E a qualidade média dos debates subiu imenso, no espaço de um ano ou dois.
Acho que o essencial da blogosfera não se dedica à discussão pública de temas do quotidiano, ao contrário do que dizem jornalistas, políticos e académicos envolvidos no fenómeno. Na sua maioria, os blogues portugueses não são jornais de parede, mas sim diários. Há centenas de diários, mais ou menos intimistas, em certos casos muito bem escritos. Os autores, geralmente, não têm preocupação pelas audiências. Escrevem para um pequeno núcleo de amigos. Acho também que os jornais de parede mostram pouco respeito por estas formiguinhas da blogosfera.
Há ainda “revistas especializadas”. Excelentes blogues sobre culinária, por exemplo.
Mas queria falar aqui dos projectos que misturando diários com revistas especializadas estão a utilizar a blogosfera de forma criativa. Na fotografia, na poesia, ficção e crónica. Alguns destes blogues são conhecidos, como o do Pedro Mexia, outros menos do que deviam: dou exemplos, o fantástico blogue de poesia de Nuno Júdice, os magníficos microcontos de Paulo Kellerman, as belíssimas crónicas de Manuel Jorge Marmelo, o espectacular photo à trois (dos “nossos” Rodrigo, Leonardo e José Carlos).
Serve ainda este post para convidar os leitores a uma visita ao Prazeres Minúsculos, uma tentativa de fazer uma revista literária (sem editor) que já tem quase 400 contos e poemas. Foi esta semana refrescado com textos do Miguel Real, Xavier Queipo, Filomena Naves e Luís Filipe Cristóvão. Declaração de Interesses: fui fundador, com o João Villalobos, do Prazeres Minúsculos, em Dezembro de 2005. Uma grande aventura...
Um ano depois, não alterei a minha opinião, mas o impacto da blogosfera na sociedade é maior do que eu esperava. A meu ver, os jornalistas terão de aprender a ser mais humildes, pois o seu trabalho começou a ser discutido. Isso parece-me positivo, desde que não seja tendência utilizada para intimidar vozes incómodas. O mesmo se aplica a políticos no activo. O escrutínio do poder não se limita hoje aos meios tradicionais. A blogosfera política parece-me ser um enorme êxito, com real influência. E a qualidade média dos debates subiu imenso, no espaço de um ano ou dois.
Acho que o essencial da blogosfera não se dedica à discussão pública de temas do quotidiano, ao contrário do que dizem jornalistas, políticos e académicos envolvidos no fenómeno. Na sua maioria, os blogues portugueses não são jornais de parede, mas sim diários. Há centenas de diários, mais ou menos intimistas, em certos casos muito bem escritos. Os autores, geralmente, não têm preocupação pelas audiências. Escrevem para um pequeno núcleo de amigos. Acho também que os jornais de parede mostram pouco respeito por estas formiguinhas da blogosfera.
Há ainda “revistas especializadas”. Excelentes blogues sobre culinária, por exemplo.
Mas queria falar aqui dos projectos que misturando diários com revistas especializadas estão a utilizar a blogosfera de forma criativa. Na fotografia, na poesia, ficção e crónica. Alguns destes blogues são conhecidos, como o do Pedro Mexia, outros menos do que deviam: dou exemplos, o fantástico blogue de poesia de Nuno Júdice, os magníficos microcontos de Paulo Kellerman, as belíssimas crónicas de Manuel Jorge Marmelo, o espectacular photo à trois (dos “nossos” Rodrigo, Leonardo e José Carlos).
Serve ainda este post para convidar os leitores a uma visita ao Prazeres Minúsculos, uma tentativa de fazer uma revista literária (sem editor) que já tem quase 400 contos e poemas. Foi esta semana refrescado com textos do Miguel Real, Xavier Queipo, Filomena Naves e Luís Filipe Cristóvão. Declaração de Interesses: fui fundador, com o João Villalobos, do Prazeres Minúsculos, em Dezembro de 2005. Uma grande aventura...