sexta-feira, janeiro 19, 2007

Algures num recreio escolar


Menino Nuno – Já não brinco mais com vocês. Vou-me embora. Já não há pachorra para aturar o Zé, que quer os berlindes todos só pr'a ele. Daqui a nada vou-lhe às trombas!
Menino Zé – O Nuno é que é um estúpido. Rasgo-lhe o peritoneu não tarda nada!
Menino Telmo – Ó Zé, tem calma. O Nuno até é um gajo porreiro. Passa-lhe lá um berlinde para ele também poder brincar, pá.
Menino Zé – Nem penses! Só jogo se este parvalhão sair daqui. Vocês não se esqueçam que os berlindes são meus!
Menino Martim (em surdina) – ‘Tou contigo, Zé. Mostra-lhes quem é que manda...
Menino Nuno – 'Tá bem, 'tá bem, eu saio. E já nem quero saber da porcaria do jogo. Mas ó Zé: se continuas a chatear-me o juízo parto-te a cara!
Menino Zé – Então parte, anda cá partir, anda se és homem!
Menino Éle Pê – Tenham calma, não se zanguem. Eu jogo no lugar do Nuno e não se fala mais nisso.
Menina Teresa (virando-se para Paulo, que contempla a cena) – Ó Paulo, já viste que não há maneira de eles se entenderem?
Menino Paulo (em surdina) – Deixa-os estar, deixa-os estar. Eles que se esganem uns aos outros. Ih, ih, ih! Aqueles berlindes ainda hão-de ser todos meus.
Menino Luís (também em surdina) – ‘Tou contigo, Paulo. Mostra-lhes quem é que manda...


Natutralmente, qualquer semelhança entre o diálogo precedente e a atribulada vida interna do CDS é pura coincidência.