Deus não dorme
Ao forçar Lula a disputar uma segunda volta contra Geraldo Alckmin, o eleitorado brasileiro deu a toda a América Latina uma extraordinária prova de maturidade. Aconteça o que acontecer, daqui por diante, jamais o actual inquilino do Palácio do Planalto actuará com a impunidade revelada até agora, o que o levou inclusive a faltar aos debates televisivos pré-eleitorais, prova da sua inegável arrogância. Ter sido operário, oriundo de uma família pobre e filho de mãe analfabeta pode ser um bom cartão de visita no Brasil. Mas a falta de seriedade e de escrúpulos da clique lulista, que se encarregou de pulverizar as melhores aspirações da esquerda brasileira, foi justamente penalizada. Como diria Mário Mesquita, num outro contexto eleitoral, Deus não dorme.