Um tema quente
A edição de dia 9 da The Economist faz capa com o tema do aquecimento global. O editorial da revista, anónimo como todos os textos, é uma peça de assombrosa lucidez e demonstra bem que a principal dificuldade para a resolução do problema é política. De acordo com o texto: «As mudanças climáticas são uma das questões políticas mais difíceis que o Mundo já enfrentou. Porque é global, é do interesse de cada país que seja outro país a ter o fardo de fazê-las parar. Porque é de longo prazo, é do interesse de cada geração furtar-se à responsabilidade e passá-la para a seguinte. Desta forma, nada será feito».
Páginas depois, a The Economist regressa a um tema que lhe é habitual, os custos para o planeta do modelo de desenvolvimento chinês. Num artigo de uma edição anterior, a revista alertava para as consequências ambientais do aumento do índice de leitura na China e a repercussão nas florestas, bem como para o aumento da circulação automóvel na atmosfera.
Desta vez, o tema é o consumo de carvão. A China utiliza actualmente 40% do carvão mundial, mais do que a América a Europa e o Japão juntos. O carvão, é sabido, é a fonte mais suja de electricidade e a China será o maior emissor de gases de estufa em 2015.
Não podemos impedir os chineses de desenvolverem o seu tecido social e económico. Mas podemos esperar que o Governo de Pequim entenda o estrago que provoca, à Terra e a si mesma, uma China à margem do ambiente.