terça-feira, agosto 15, 2006

Um mundo de contrastes

São Paulo convida ao lugar-comum: selva de betão. Quem vem de Portugal, onde raciocinamos sempre em diminutivo, não consegue apreender com facilidade a escala gigantesca da maior cidade do mundo onde se fala o nosso idioma. Uma cidade tão cheia de asperezas, de multidões errantes, de um trânsito caótico que nunca parece descomprimido. Mas é também uma cidade onde se nota um rasgo inigualável – na arquitectura, no urbanismo, num certo conceito de modernidade, numa sofisticação sem paralelo no Brasil. Uma cidade que vista de um dos melhores bares do mundo – o Skye, no último andar do hotel Unique – parece quase irreal, mergulhada em contrastes, simultaneamente agressiva e acolhedora. Saí de lá com esta interrogação: como foi possível os pequenos portugueses criarem do nada grande parte de tudo aquilo?