Saudades do "nosso" Maestro
Estou chocado. Morreu hoje aos 79 anos o Maestro Jorge Machado de quem eu era amigo e admirador. Tocava piano no hotel Tivoli Lisboa há quase quarenta anos, coisa que considerava “um trabalho prazenteiro”. Quase sempre notava-se bem o prazer com que o que fazia.
Às vezes, no Terraço, tocava para mim Grappelli, Lloyd Webber e Bach. Depois, conversávamos muito sobre música. Sobre “o apreciar” desta divina arte. Sobre a vida dos músicos, sobre o seu teatro musicado e os seus musicais. Eu sempre lhe ia dizendo, não sem uma ponta de inveja, que nós, "os melómanos", éramos uns privilegiados, pois gozávamos com infinito prazer do valoroso trabalho dos grandes músicos, quase sempre “da poltrona” e com tão poucos incómodos. Ele ria-se. E agradecia sempre (não sei bem o quê).
Eu é que lhe ficarei para sempre grato por me ter tocado tanto com a sua simpatia e música no meu coração.