O ópio do povo (1)
Já critiquei as opções de Scolari. A propósito de Quaresma e Baía, por exemplo. Agora chegou o tempo dos elogios. Gostei de ver a alegre determinação que a selecção nacional exibiu ontem no desafio particular contra o Luxemburgo, sempre com grande vontade de disputar a bola, evidenciando bom entendimento colectivo. Nada que se parecesse com a triste, impotente e desoladora arrogância revelada pelos meninos tatuados da selecção sub-21. Foi bom vencermos o Luxemburgo por 3-0 (dois golos de Simão Sabrosa, um de Figo). Gostei da leitura de jogo de Scolari, que voltou a demonstrar olho clínico para as substituições, fazendo saltar Simão do banco na hora H. E gostei sobretudo da forma como falou no fim do jogo, expressando-se como se fosse tão português como qualquer de nós. "Quero agradecer aos nossos emigrantes por esta manifestação tão carinhosa", disse o seleccionador nacional. Quem fala assim merece desde já um título. O título de cidadão honorário da República Portuguesa.